terça-feira, 31 de maio de 2011

"Saí daqui p'ra bem longe
Fugi assim muito longe
Fiz-me à estrada ao amanhecer
À deriva sem nada a perder

Fui embalado ao sabor do vento
Deixei-me ir nas horas do tempo
As memórias ficaram por contar
Das tristezas não quero falar

Será que a culpa foi toda minha
Será que ao fundo termina a linha
O horizonte acaba ali
E a nascente jamais a vi

Sou mais 1 sonhador
Ooohhh
Quiçá 1 trovador
Sou mais 1 sonhador
Ooohhh
Quiçá 1 trovador

Adormeci quase anoitecia
Quando acordei era outro dia
O cansaço tomou conta de mim
O fracasso já nasceu assim "


Sinto-me á deriva como um barco que não tem leme, e que se deixa levar por uma corrente forte da qual não me consigo despegar.
Como um barco sem leme, deixo o cansaço da minha consciência levar-se por um pessimismo descrente que se envergonha daquilo que sente, como um barco sem leme prefiro deixar a corrente comandar-me com receio de por os remos á agua correndo o risco de remar até á exaustão e não ter chegado a lado algum.
Quero fazer do tempo o mar, imprevisível e por vezes perigoso, mas quero que ele me leve para bem longe daqui, quero conhecer outro horizonte, aquela linha aparentemente tão distante!

domingo, 15 de maio de 2011

Recordações

Existe uma realidade que o tempo jamais conseguirá extinguir, as recordações. Às vezes nem sei quais custam mais reviver, as boas ou as más, porque umas já não voltam a acontecer e trazem consigo uma certa porção de saudade, outras porque naturalmente se quer esquecer. Da mesma forma, duram algumas dadas a sua importância ou carga emotiva por mais antigas que elas sejam, conseguem se fazer notar como se tivessem passado ontem.
Todos nós temos ao longo das vidas, umas mais curtas que outras, temos recordações que quereríamos de voltar a viver, porque ultrapassam a própria memória ao trazerem consigo uma dose sentimental que rapidamente atinge o coração por razões que só nós conseguimos explicar. Por vezes é só um olhar, uma palavra, um gesto, um sorriso ou uma lágrima, mas carregados de significado que transcende o gesto em si.
A minha última recordação mais marcante, não foi extraordinária nem magnificente, foi simples e dai se ter tornado algo que recordo com afecto, foram olhares, gestos, palavras que hoje no concreto esvaeceram-se ou reflectindo melhor transformaram-se em saudade.
A vida é isto mesmo, é um correr do presente, sendo o passado um aglomerado de recordações, boas ou más, mas que ao longo do futuro vivem connosco.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Usar e deitar fora

"Usar e deita fora", tornou-se uma expressão tão vulgar de uma sociedade de consumo, transpondo hoje em dia essa política para a pessoas.
Somos únicos, uma história viva, uma alma, fomos criados á Sua imagem! Não somos unicamente um acumulado de células que se pode manipular a belo prazer. O Ser humano é uma verdade, na sua totalidade, muito maior que a nossa própria compreensão.
Quantas vezes somos "suprimidos" de uma história de vida, por tão pouco, quantas vezes somos tudo e tão apressadamente passamos a nada, somos pessoas, não somos engenhos mecânicos, subsiste uma realidade muito grande sobre o próprio ser humano, não podendo esta passar unicamente a nada!
Falando a nível pessoal, não existe nada pior do que me descartarem, assim tão fácil como um estalar de dedos, desprezarem da existência de um coração, que é muito mais do que um órgão que palpita no peito, é o íntimo da alma, pois sofre, alegra-se, chora, sorri... 
Descartar, deitar fora, ignorar, não é digno de um ser humano, que erra seguramente, mas Deus desceu a condição de humano e certamente não o fez por ser uma condição "ínfima" de "usar e deitar fora".